terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Uma carta...


Miguel... a exatos 4 meses eu te conhecia!

Lembro bem, 20 de setembro, um dia gostoso sem sol e sem chuva! Lembro que fui a primeira a olhar-te, que senti um frio e uma alegria que não cabiam... Lembro que o medo invadiu e que a dúvida também compareceu... Acho que o tempo estava como minha alma, agradável e temeroso, mas firme!


Lembro que te chamei de Miguel, que avisei a todos "Hoje vi MEU filho!", lembro que foi a noite mais longa da vida e passamos por ela JUNTOS. Hoje sei que foi por aquele instante, aqueles poucos minutos que agora existimos um no outro... Foi por aquele momento que vivemos a loucura dessa madrugada "Eu sei que vou amar / Por toda a minha vida eu vou te amar // Desesperadamente / Eu sei que eu vou te amar..." e foi assim... eu cantando, você me respondendo a cada parada... É, eu chorei, e nessa hora sua companhia foi algo como o sol... Foi TODO AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA, um instante tão nosso... Que dificilmente alguém poderia compartilhar...


Mas... Quero diante desse dia te mostrar a sua 1ª carta, a sua menção oficial por uma tia "diferente, acolhedora e dona de um riso mágico..." Ela que me fez lembrar "Só poderia ser milagre..." Ela quem te conta um pedacinho do mundo...


"Pequeno Miguel,

Conheci sua mãe na primavera de um ano qualquer.
Ela tinha um jeito engraçado de ser e costumávamos
brincar o tempo todo e por isso nunca nos levamos a sério.
Mas nos respeitávamos mutuamente e nos apoiávamos quando
necessário.
Quando soube da sua existência senti um aperto típico no peito
porque sabia que perderia a convivência com ela (ela tinha que cuidar
de você, né pequeno?). Mas fiz o que pude para que ela se sentisse segura e
não tivesse tanto medo de sentir seu pequeno corpinho nadando numa bexiga
azul cheia de água (foi assim que você viveu alguns meses, pode acreditar).
Ela sentiu medo, passou longos períodos angustiada (você um dia saberá o que é isso),
chorou por algumas noites e quis desistir por se entender fraca naquele momento, mas sabíamos
(você e eu) que não era assim, não é?
Hoje, a vejo realizando pequenas homenagens à você como se o seu Reino fosse o último lugar
seguro no mundo (e deve ser mesmo). Ela desenha todo o seu rosto por meio de palavras e imagens que seguramente nem chegam perto de como você realmente será: perfeito...pode ser?
Eu torço para que você tenha os olhos dela porque é um dos mais bonitos que já vi, mas,
antes disso, que seja dono de uma alma clara, que desde pequeno consiga ver o mar (porque com sua mãe não aconteceu isso).
Espero você para brincarmos de irritar a sua mãe.
Ela fica ótima quando está brava (você aprenderá isso também).
Não te falarei nada sobre o amor porque isso é você que nos ensinará.
Um beijo de amor,
Tia Camila

Ps. Fico feliz em saber que quando você for maiorzinho poderá cuidar da Betina e do Gael para mim.

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